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Entendendo a Febre Zika: Sintomas, Transmissão e Prevenção

A febre Zika é uma doença transmitida por mosquitos causada pelo vírus Zika, que pertence à família Flaviviridae. Esta doença se espalha principalmente para os humanos através de picadas de mosquito. A Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) confirmou sua presença no Brasil, onde o vírus está associado a preocupações significativas de saúde pública, particularmente em relação a infecções congênitas durante a gravidez.

A Febre Zika é Nova?

Não, foi relatada pela primeira vez em Uganda em 1947 em um macaco Rhesus e posteriormente identificada em humanos em 1952. Antes do surto recente, havia sido documentada na África, no Sudeste Asiático e em ilhas do Pacífico. O atual surto começou no Brasil em 2015, e desde então, se espalhou para mais de 20 países nas Américas, levando a um aumento nos casos de microcefalia e outros defeitos congênitos graves associados à síndrome congênita do Zika (SCZ) em recém-nascidos[1].

Sintomas da Infecção por Zika:

A infecção pelo vírus Zika geralmente apresenta sintomas que são bastante leves e semelhantes aos da dengue e chikungunya, incluindo:

  • Febre leve.
  • Erupção cutânea.
  • Dor muscular.
  • Dor de cabeça.
  • Dor nas articulações.
  • Conjuntivite (olhos vermelhos).

Geralmente, a doença dura de alguns dias a algumas semanas, e embora complicações graves, hospitalizações e fatalidades sejam raras, o risco para mulheres grávidas é particularmente alarmante, pois o vírus pode causar déficits neurológicos severos e anomalias congênitas no feto[2].

Como o Vírus Zika se Espalha:

O vírus Zika é transmitido principalmente por picadas de mosquitos Aedes ativos durante o dia, a mesma espécie responsável pela dengue e chikungunya. Esses mosquitos podem se reproduzir em água parada. Curiosamente, cerca de 1 em cada 5 pessoas infectadas com Zika apresenta sintomas. A maioria dos indivíduos geralmente não está ciente de que está infectada devido à natureza leve da doença. O período de incubação permanece incerto, mas é estimado entre 2 a 7 dias após a picada de um mosquito infectado.

Durante a primeira semana de uma infecção, o vírus pode ser encontrado no sangue, permitindo a transmissão de uma pessoa infectada para outro mosquito, que pode então picar e infectar outro humano. Pesquisas indicam que o vírus pode persistir em fluidos corporais por um período prolongado, levantando preocupações sobre a transmissão sexual também[5].

Efeitos do Zika:

O vírus Zika representa um risco significativo para mulheres grávidas, pois pode levar a defeitos congênitos graves em crianças não nascidas, particularmente microcefalia (uma cabeça anormalmente pequena). Além disso, pode causar uma condição conhecida como síndrome de Guillain-Barré, caracterizada por fraqueza muscular devido a danos nos nervos periféricos[4]. As implicações da síndrome congênita do Zika são profundas, com crianças afetadas frequentemente enfrentando desafios de desenvolvimento a longo prazo e aumento da morbidade[3].

Tratamento para a Febre Zika:

  • Atualmente, não há tratamento específico ou vacina disponíveis.
  • O descanso é crucial.
  • Manter-se hidratado é importante, então beba muitos líquidos.
  • Medicamentos de venda livre podem ajudar a controlar a febre e as dores no corpo.

Uma empresa farmacêutica indiana afirma ter desenvolvido um tratamento potencial para o Zika, com duas vacinas em testes pré-clínicos em animais, embora mais pesquisas sejam necessárias para estabelecer sua eficácia e segurança[5].

Precauções a Tomar:

  • Evite picadas de mosquito, especialmente durante o dia.
  • Durma sob redes mosquiteiras.
  • Mantenha janelas e portas fechadas.
  • Fique em quartos com ar-condicionado com entradas seladas para evitar a entrada de mosquitos.
  • Cubra ou limpe recipientes que podem acumular água, como baldes e vasos de flores, onde os mosquitos podem se reproduzir.
  • Use camisas de manga longa (preferencialmente de cores claras) e calças longas.
  • Cuidado especial deve ser tomado para crianças, doentes, mulheres grávidas e idosos.
  • As autoridades de saúde recomendam que mulheres grávidas evitem viajar para áreas onde o vírus é prevalente.
  • Os viajantes são aconselhados sobre diretrizes para prevenir infecções.
  • Utilize repelentes de insetos registrados pela EPA.
  • Se infectado, evite picadas de mosquito durante a primeira semana da doença.

Referências:

  1. Ana Laura Tellechea, María Paz Bidondo, Victoria Luppo, Agustín Baricalla, Rosa Liascovich, Cintia Fabbri, María Alejandra Morales, Boris Groisman, María Silva, Patricia Masi, Adriana Israilev, Marcela Ruth Rocha, Marcela Quaglia, Beatriz Escalante, Alexandra Villarreal, Marilena Antinori, Pablo Barbero. [Embriopatia do vírus Zika na Argentina: características clínicas em recém-nascidos].. PubMed. 2020.
  2. Imara Correia de Queiroz Barbosa, Luizabel de Paula Gomes, Israel Nilton de Almeida Feitosa, Luís Fábio Barbosa Botelho, Bruno Robalinho Cavalcanti Barbosa, Alex Barbosa, André Telis de Vilela Araújo, Marcelo Dantas Tavares de Melo, Adriana Suely de Oliveira Melo, Vera Maria Cury Salemi. Alterações morfológicas e funcionais cardíacas em crianças com síndrome congênita do Zika e déficits neurológicos severos.. PubMed. 2023.
  3. Maria Conceição N Costa, Luciana Lobato Cardim, Maria Gloria Teixeira, Mauricio L Barreto, Rita de Cassia Oliveira de Carvalho-Sauer, Florisneide R Barreto, Martha Suely Itaparica Carvalho, Wanderson K Oliveira, Giovanny V A França, Eduardo Hage Carmo, Roberto F S Andrade, Moreno S Rodrigues, Rafael V Veiga, Juliane F Oliveira, Qeren H R F Fernandes, Larissa C Costa, Giovanini E Coelho, Enny S Paixao. Taxa de Letalidade Relacionada à Microcefalia da Síndrome Congênita do Zika e Fatores Associados: Um Estudo Retrospectivo Nacional no Brasil †.. PubMed. 2020.
  4. Maria-Lucia C Lage, Alessandra L de Carvalho, Paloma A Ventura, Tania B Taguchi, Adriana S Fernandes, Suely F Pinho, Onildo T Santos-Junior, Clara L Ramos, Cristiana M Nascimento-Carvalho. Achados Clínicos, de Neuroimagem e Neurofisiológicos em Crianças com Microcefalia Relacionada à Infecção Congênita pelo Vírus Zika.. PubMed. 2019.
  5. Rosa Estela Gazeta, Ana Paula Antunes Pascalicchio Bertozzi, Rita de Cássia de Aguirre Bernardes Dezena, Andrea Cristina Botelho Silva, Thamirys Cosmo Gillo Fajardo, Daniel T Catalan, Maria de Fátima Valente Rizzo, Antonio Fernandes Moron, Antoni Soriano-Arandes, Nuria Sanchez Clemente, Tania Quintella, Dora Fix Ventura, Francisco Max Damico, Valtenice de Cassia Rodrigues de Matos França, Juliana Paula Gomes de Almeida, Ana Laura de Sene Amâncio Zara, Lucas Castro Pires, Coorte Vírus Zika Jundiaí, Saulo Duarte Passos. Acompanhamento Clínico de Três Anos de Crianças Expostas Intrauterinamente ao Vírus Zika.. PubMed. 2021.

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